Telefone de lata - autor: Ivan Cruz |
Texto discutido: VIGOTSKI, L.S. A brincadeira e o seu papel no desenvolvimento psíquico da criança. Revista Virtual de Gestão de Iniciativas Sociais.Tradução: Zoia Prestes e colaboradores. junho/2008.
Neste encontro deu-se o início da análise e discussão do texto de Vigotski "A brincadeira e o seu papel no desenvolvimento psíquico da criança" com tradução de Zoia Prestes e colaboradores. A intenção é iniciar os estudos das idéias e obras do psicólogo russo L.S. Vigotski com um de seus textos clássicos sobre a brincadeira e a infância, para posteriormente recomeçar os estudos da primeira obra deste autor denominada "Psicologia Pedagógica".
Em seu texto, Vigotski propõe elucidar qual a gênese da brincadeira e também qual o seu conceito, e ainda procura decifrar qual o verdadeiro papel da brincadeira no desenvolvimento da criança. Vigotski aponta que a brincadeira não é a atividade predominante na infância, mas sim a atividade principal, ou seja, é a atividade de maior importância para a promoção do desenvolvimento da criança.
Vigotski desconsidera a definição de brincadeira pautado apenas na característica de satisfação da criança. Para ele, outras atividades podem propiciar maior satisfação à criança do que o próprio brincar. Por outro lado, o autor exemplifica que um jogo de regras pode não trazer satisfação à criança, pois ela pode perder o jogo e ter uma reação de insatisfação pelo resultado não alcançado. Sendo assim, para Vigotski a definição de brincadeira a partir do princípio da satisfação é um conceito errôneo.
Vigotski alerta também nos parágrafos iniciais de seu texto, o perigo em querer "intelectualizar" ao extremo a infância, e corrermos o risco em perder de vista ou generalizar os sentimentos, impulsos, necessidades, afetos e motivações que atuam na criança durante o brincar.
"Inclino-me a atribuir a essa questão um sentido mais geral, e penso que o erro de uma série de teorias é o desconhecimento das necessidades da criança; teorias que entendem essas necessidades num sentido amplo, começando pelos impulsos e finalizando com o interesse como uma necessidade de caráter intelectual. Resumindo, há desconhecimento de tudo aquilo que se pode reunir sob o nome de impulso e motivos relacionados à atividade (...) Pelo visto, qualquer deslocamento, qualquer passagem de um estágio etário para outro relaciona-se à mudança brusca dos motivos e dos impulsos para a atividade." (VIGOTSKI, 2008, p.24)
Para Vigotski, na idade pré-escolar surgem diferentes necessidades e impulsos importantes para o desenvolvimento da criança, e que originam o próprio brincar. É justamente na infância que, segundo Vigotski, afloram os desejos e tendências irrealizáveis, onde as satisfações imediatas das crianças são frustradas através do adiamento de seus desejos. Sendo assim, dentro deste conflito irrealizável, imposto pelo mundo adulto, tais necessidades são então satisfeitas no próprio brincar infantil.
"Parece-me que, se na idade pré-escolar não houvesse o amadurecimento das necessidades não-realizáveis imediatamente, então, não existiria a brincadeira." (VIGOTSKI, 2008, p.25).
Os debates e análises deste importante texto de Vigotski continua no próximo encontro no dia 23 de junho às 18h30 na sala 12 da UEG campus Goiânia ESEFFEGO.
PRÓXIMO ENCONTRO
DIA 23/06/15
TERÇA-FEIRA ÀS 18h30
sala 12 UEG campus Goiânia - ESEFFEGO
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