O
Bioma Amazônico corresponde mais de 40% do território nacional e é
constituída principalmente por uma floresta tropical. A Amazônia
passa pelos territórios do Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima,
e parte do território do Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e
Tocantins, é formada por distintos ecossistemas como florestas
densas de terra firme, florestas estacionais, florestas de igapó,
campos alagados, várzeas, savanas, refúgios montanhosos e formações
pioneiras. Mesmo sendo o nosso bioma mais preservado, cerca de 16% de
sua área já foi devastada, o que equivale a duas vezes e meia a
área do estado de São Paulo. O desmatamento, as queimadas, a
garimpagem, o agro pastoreio e a biopirataria representam os
principais problemas ambientais enfrentados pelo bioma amazônico.
essas ações devastadoras são responsáveis por graves mudanças
climáticas em todo o planeta, como o aquecimento global. Amazônia é
considerada um grande “resfriador” atmosférico e como maior
abrigo da biodiversidade do mundo.
Clima
Na
região amazônica chove bastante e a temperatura é elevada,
normalmente variando entre 22ºC e 28ºC. É o chamado clima
equatorial úmido, que caracteriza algumas áreas próximas à linha
do Equador. E como o clima interfere? Pelo que vimos até aqui, você
já deve imaginar alguma forma… Por exemplo: de acordo com a
intensidade das chuvas sobe o nível dos rios; com o aumento do nível
dos rios algumas áreas podem ser alagadas e, uma vez alagadas, essas
áreas podem ser mais ou menos adequadas à vida de determinados
vegetais e animais.
Relevo
As
planícies são constantemente inundadas pela água dos rios. Na
região de planaltos existem algumas serras, como as de Taperapecó,
Imeri e Parima. Ficam na Amazônia as formações de relevo mais
baixa – planície Amazônica – e mais alta – planalto das
Guianas – do país. É nesse planalto que se encontra o Pico da
Neblina, ponto mais alto do Brasil, com cerca de 3.015 metros.
Compõem o bioma Amazônia planícies (terrenos com pouca variação
de altitude), depressões (tipo de relevo aplainado, onde são
encontradas colinas baixas) e planaltos (terrenos com superfície
elevada).
Solo
O
solo da floresta amazônica é em geral bastante arenoso. Possui uma
fina camada de nutrientes que se forma a partir da decomposição de
folhas, frutos e animais mortos. Esta camada é rica em húmus,
matéria orgânica muito importante para algumas espécies de plantas
da região. Em áreas desmatadas, as fortes chuvas “lavam” o
solo, carregando seus nutrientes. É o chamado processo de
lixiviação, que deixa os solos amazônicos ainda mais pobres.
Apenas 14% de todo o território pode ser considerado fértil para a
agricultura.
Mas
se apenas essa pequena parte é fértil, como existem tantas árvores?
Aqui está um dos pontos essenciais para o equilíbrio do
ecossistema.
Neste
processo a camada de húmus tem um papel fundamental. Além disso, os
poucos nutrientes presentes no solo são rapidamente absorvidos pelas
raízes das árvores, e estas plantas, por sua vez, tornam a liberar
nutrientes para enriquecimento do solo. Trata-se de uma constante
reciclagem de nutrientes.
Cultura
Os povos e
comunidades tradicionais da Amazônia encontram
na caça, pesca e no extrativismo fonte de alimentação e renda.
Além disso, alinham a esse modo de vida conhecimentos tradicionais
que contribuem para a conservação do bioma e, assim, para a
manutenção dos serviços ecossistêmicos.
Grupos
indígenas, como os Yanomami, os Ashaninka, os Matis, os Marubo e os
Kayapó, habitam
a Amazônia há
milhares de anos e lentamente acumularam um conhecimento detalhado
sobre a floresta tropical úmida e os métodos para dela tirar sua
subsistência.
JOGOS
DA FLORESTA AMAZONICA
Descrição
das brincadeiras
SOL
E LUA
- üacü rü tawemüc’ü
Essa
brincadeira também é conhecida em outras localidades com outros
nomes como PASSARÁ DE BOMBARÉ.
Crianças
dispostas em coluna, segurando na cintura do que está à frente.
Duas outras crianças, representando o SOL E A LUA, fazem uma
"ponte", mantendo as mãos dadas acima. Cantando, as
crianças passam sob a ponte várias vezes.
Numa
das vezes o Sol e a Lua prendem o último ou os dois últimos.
Perguntam-lhe para que lado querem ir. A criança escolhe e vai
colocar-se atrás do Sol ou da Lua. E assim continuam até terminar.
Quando todas as crianças passam, têm-se dois partidos. A duplas
mantém os braços dados, e todos mantêm-se segurando na cintura do
colega da frente. Vão puxar-se, para ver que partido ganhará.
Ganhará aquele grupo que conseguir "puxar" o outro. E
puxam várias vezes, marcando ponto para quem consegue derrubar ou
desarticular o outro partido.
Nesse
jogo vê-se não somente o uso da força. Surge a questão do poder
de decisão, que é colocado em evidência. É dada à criança a
opção de escolha do partido ao qual quer pertencer. Além disso é
também trabalhada a noção de equipe, de conjunto, pois é todo um
partido fazendo força para puxar o outro partido.
CABAS
- Maë
Essa
é uma brincadeira conhecida em todas as comunidades por nós
visitadas. As crianças são divididas em dois grupos: um de
roçadores e outro que representa as cabas. Essas sentam-se frente à
frente numa pequena roda, cada uma segurando na parte de cima da mão
do outro, como se fosse o ninho de cabas. Cantam e balançam as mãos
para cima e para baixo. Os roçadores fazem movimentos com os braços,
como se estivessem roçando sua plantação até chegar próximo ao
ninho de caba. Um deles, sem perceber bate no ninho e as cabas saem a
voar e a picar os roçadores. É um salve-se quem puder.
As
cabas ou marimbondos são insetos muito comuns nas matas. Uma picada
de caba pode ocasionar muita dor, febre e moleza na pessoa, que às
vezes fica um dia sem poder trabalhar, dependendo do local onde foi
picado. A moral dessa história é que "quem mexe em casa de
caba acaba picado por ela".
O
Senhor João Farias, morador dessa localidade, explicou algumas
passagens da história dos Tikunas, inclusive a origem dessas
brincadeiras. Ele disse que "Yoí
foi o primeiro homem que existiu. Ele era só no mundo. Então, perto
dele existia essa caba. O nome dessa caba era MATIE, e ela não
queria que ninguém existisse no mundo. A caba vivia brigando o tempo
todo com Yoí. Quando Yoí tirou as crianças do seu joelho (a origem
dos Tikunas conta que Yoí e seus irmãos nasceram do joelho de
Nhupata, pai de todos), a caba continuou querendo matá-lo e as
crianças também. As cabas viviam numa casa, construída no galho da
árvore, que balançava ao vento. Então essa história conta essa
briga do Yoí com as cabas".
É
exatamente essa a história que as crianças contam nessa
brincadeira. Até os movimentos do ninho balançando na árvore é
bem representado pelas mãos colocadas uma sobre a outra.
REFERÊNCIAS
https://amazonialatitude.com
http://www.motricidade.com/index.php/repositorio-aberto/40-docencia/1194-brincadeiras-e-jogos-da-crianca-indigena-da-amazonia-algumas-brincadeiras-da-crianca-tikuna#:~:text=SOL%20E%20LUA%20%2D%20%C3%BCac%C3%BC%20r%C3%BC,mantendo%20as%20m%C3%A3os%20dadas%20acima.
https://www.ibflorestas.org.br/bioma-amazonico#:~:text=O%20Bioma%20Amaz%C3%B4nico%20chega%20ocupar,Mato%20Grosso%2C%20Rond%C3%B4nia%20e%20Tocantins.
Por: Camila Lima de Souza
Colaboradores: Dennize Luiza Oliveira , Geovana Costa e SIlva, Renato Coelho e Karolayni Costa Silva.