quinta-feira, 13 de outubro de 2016
quarta-feira, 5 de outubro de 2016
domingo, 25 de setembro de 2016
terça-feira, 12 de abril de 2016
domingo, 15 de novembro de 2015
sábado, 12 de setembro de 2015
Relato da Reunião em 08/09/15
Neste encontro estiveram presentes alunos de graduação e egressos da UEG, assim como também professores da Rede Pública de Ensino e professores da própria UEG, onde todos(as) puderam contribuir grandemente nos debates e discussões sobre o texto de Vigotski: "A Brincadeira e o seu papel no desenvolvimento psíquico da criança". A intenção é mesclar as leituras do Livro "Psicologia Pedagógica" de L.S. Vigotski com outros textos e artigos deste mesmo autor, observando as diferenças cronológicas de cada texto escrito pelo autor.
Neste texto, Vigotski descreve a importância do imaginário na vida da criança. O autor destaca que o mundo infantil não é um mundo à parte ou desconectado do real, mas que existe a partir do real, onde a criança não apenas repete o vivido, mas cria e recria o próprio vivido.
"A imaginação é o novo que está ausente na consciência da criança na primeira infância, absolutamente ausente nos animais, e representa uma forma especificamente humana de atividade da cosnciência; e como todas as funções da consciência, forma-se originalmente na ação."(p.25)
Para Vigotski todo jogo possui regras e também elementos do imaginário. As brincadeiras de faz-de-conta, por exemplo, possuem regras que são apropriadas através da própria vida social, os chamados códigos sociais são apropriados e internalizados pela criança em seu cotidiano e no próprio ato de brincar. Os jogos regrados, como o jogo de xadrez, que possui regras bastante rígidas, também possui elementos do imaginário em sua execução.
"(...) pois bem, recentemente, obtivemos a comprovação de que a chamada brincadeira pura com regras (do escolar e do pré-escolar até o fim desta idade) consiste, essencialmente, na brincadeira com situação imaginária, pois, exatamente da mesma forma como a situação imaginária contém em si, obrigatoriamente, regras de comportamento, qualquer brincadeira com regra contém em si a situação imaginária (...) Qualquer brincadeira com situação imaginária é, ao mesmo tempo, brincadeira com regras e qualquer brincadeira com regras é brincadeira com situação imaginária" (p.28)
Segundo Vigotski, a criança na chamada primeira infância age sempre em função do que vê, ou seja, suas ações ficam presas ao campo ótico (visual). Porém, já na idade pré-escolar, ocorrre uma reviravolta, pois a criança ao brincar consegue separar o campo ótico do campo semântico, separando de fato o objeto da idéia. O autor cita o exemplo da vassoura, que no brincar transforma-se em um cavalo para a criança, promovendo a ruptura entre objeto e significado. Tal fato decorre do desenvolvimento das funções simbólicas da criança, onde o brincar se torna elemento fundamental e relevante neste processo.
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
Relato da reunião LABBRINC em 25/08/2015
Durante a reunião do LABBRINC UEG em 25 de agosto de 2015 foi realizada a discussão sobre o capítulo 03 do livro "Psicologia Pedagógica" de Vigotski. Novamente foi destacado o contexto histórico em que foi escrito o livro e quais as intenções do autor em organizar esta obra. O contexto era de um país em plena revolução social, onde a sociedade dominada pela elite czarista e caracterizada por profundas divisões de classe, estava sendo totalmente transformada, e em seu lugar se objetivava construir uma nova sociedade pautada nos valores comunistas de igualdade social e sem distinções de classes. Mas, segundo Vigotski, para a construção desta nova sociedade, era preciso também uma nova educação identificada com os interesses dos trabalhadores e de toda a classe proletária. Daí surge o livro "Psicologia Pedagógica" de L. S. Vigotski, cujo objetivo era de formação de novos professores de educação básica para uma nova sociedade que se estabelecia.
Vigotski toma como referencial para seus estudos o Marxismo, onde consegue apontar saídas e alternativas para a crise que se instalava na ciência positivista de sua época. Segundo Vigotski, com bases nos pressupostos marxistas, é impossível explicar a conduta humana exclusivamente do ponto de vista biológico. (VIGOTSKI, 2003, p.62). Utilizando-se do conceito de trabalho em Marx, Vigotski afirma que o homem através do trabalho foi capaz de adaptar a natureza a si, transformando-a e ao mesmo tempo sendo transformado, diferentemente dos demais animais da natureza, que já nascem adaptados à natureza. Através do trabalho, que é uma ação planejada e racional, o ser humano é capaz de regular e controlar os processos vitais entre si e a natureza, e incorporando à sua experiência "algo novo", que transformou o homem em um ser singular na natureza. Daí, através do trabalho, o homem se faz homem, e se transforma em cada agir consciente, planejado e sistematizado, que é o próprio trabalho.
"Acima de tudo, no comportamento humano - em comparação com a dos animais - observamos a utilização ampliada da experiência das gerações anteriores. O ser humano não aproveita apenas a experiência destas gerações na escala estipulada e transmitida pela herança física. Todos nós utilizamos na ciência , na cultura e na vida a enorme quantidade de experiência acumulada pelas gerações anteriores, que não é transmissível mediante a herança biológica. Em outras palavras, ao contrário dos animais, no ser humano existe uma história, e essa experiência histórica, essa herança não física, essa herança social, é o que o distingue do animal." (VIGOTSKI, 2003, p. 62)
Neste capítulo Vigotski busca decifrar o caráter consciente da conduta humana e tenta elucidar qual é a natureza psíquica da consciência. Para Vigotski a consciência é uma das formas mais complexas de organização do comportamento humano, e cita a expressão de Marx de "duplicação da experiência", referindo-se à consciência humana.
Vigotski então constrói a fórmula do comportamento humano através da seguinte representação matemática:
[1] reações hereditárias + [2] reações hereditárias x experiência pessoal (reflexos condicionados) + [3] experiência histórica + [4] experiência social + [5] experiência duplicada (consciência).
Segundo Vigotski os primeiros componentes [1] e [2] são comuns aos homens e animais, porém, a experiência pessoal, histórica, social e a consciência são características exclusivamente humanas, e surgem como pressuposto e também produto do trabalho humano. Assim sendo, torna-se inegável as características biológicas do ser humano, que se tornam o ponto de partido para a formulação das teorias vigotskianas, entretanto, as mesmas são insuficientes para explicarem os fenômenos do comportamento humano, como o da consciência, por exemplo.
"Portanto, o fator decisivo do comportamento humano não é só o fator biológico, mas também o social, que confere componentes totalmente novos à conduta do ser humano." (VIGOTSKI, 2003, p. 63)
PRÓXIMO ENCONTRO EM 08/09/2015 às 18h30 na SALA 12 UEG - campus GOIÂNIA ESEFFEGO
Assinar:
Postagens (Atom)